No primeiro trimestre de 2025, o setor mineral brasileiro reafirmou seu protagonismo, contribuindo com 77% do superávit total do Brasil na balança comercial. Este desempenho reflete não apenas a força das commodities, mas também o potencial de crescimento e inovação frente aos desafios globais.
Este artigo explora o panorama completo: dados recentes, mercados-alvo, impactos econômicos e perspectivas futuras que mantêm a mineração como um dos pilares do desenvolvimento nacional.
Nos meses iniciais de 2025, o setor mineral gerou um superávit de US$ 7,68 bilhões, representando 77% do excedente total do país, que somou US$ 9,98 bilhões. Em 2024, essa participação havia sido de 47%, demonstrando a crescente importância da mineração no resultado externo brasileiro.
Além de impulsionar o comércio exterior, a mineração fortalece a competitividade da pauta exportadora nacional em comparação com outras commodities, como produtos agrícolas e manufaturados. A resiliência do setor, mesmo em meio à volatilidade de preços e tensões comerciais, evidencia sua relevância estratégica.
O minério de ferro continua sendo o principal vetor das exportações brasileiras, respondendo por 28,7% do total do setor no primeiro trimestre de 2025, com receita de US$ 5,96 bilhões. Embora os preços internacionais tenham recuado 12% no período, o volume permanece robusto, especialmente em direção à China.
Além do minério de ferro, outros produtos ganharam destaque:
A China segue como o principal destino das exportações brasileiras de minério, absorvendo quase 70% do volume total em 2024 e mais de 71% em vendas de minério de ferro. Mesmo com a desaceleração do setor imobiliário chinês, a demanda por recompra de estoques e a manutenção de níveis industriais têm sustentado as importações.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos ampliaram suas compras em 21,9% neste início de 2025. Embora o valor das vendas à China tenha recuado 6,7% em dólares, o volume embarcado aumentou, sinalizando ajustes de preço sem perda de dinamismo.
As disputas tarifárias internacionais ainda não impactaram diretamente o mercado mineral brasileiro, mas as tendências protecionistas globais exigem atenção constante das empresas e do governo.
O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) destaca uma demanda crescente por minerais críticos e estratégicos, essenciais para:
O Brasil, com sua riqueza mineral diversificada, possui potencial para liderar o fornecimento global dessas substâncias, fortalecendo seu papel em cadeias de valor de alto valor agregado.
A mineração não apenas sustenta o superávit comercial, mas também gera empregos e arrecadação tributária significativa. Até março de 2025, o setor empregava mais de 223 mil profissionais, com mais de 2 mil novas vagas criadas no trimestre.
O faturamento interno cresceu 8,6%, alcançando R$ 73,8 bilhões, e a arrecadação de impostos alcançou R$ 25,5 bilhões, demonstrando a contribuição direta ao orçamento público e ao desenvolvimento regional, especialmente em áreas mineradoras.
Com a retomada gradual da indústria chinesa e o avanço tecnológico no setor energético, espera-se recuperação de preços internacionais do minério de ferro e ampliação dos volumes exportados. O Brasil está bem posicionado para esse cenário, com logística e capacidades produtivas consolidadas.
Por outro lado, a volatilidade de mercados, as barreiras comerciais e a necessidade de políticas de sustentabilidade reforçam a urgência de investimentos em inovação e responsabilidade social. O aprimoramento de processos, a redução de impactos ambientais e a diversificação de destinos de exportação serão cruciais para manter a competitividade.
No longo prazo, a mineração continuará a ser um motor de crescimento, desde que haja alinhamento entre setor público, empresas e comunidades locais, promovendo crescimento sustentável e inclusivo em todo o país.
Referências