Em um mundo que busca soluções sustentáveis, a economia circular surge como um modelo transformador para grandes corporações. Empresas líderes no Brasil e no exterior estão adotando práticas que vão além do descarte tradicional, criando um ciclo virtuoso de reaproveitamento de recursos.
Dados recentes revelam que 85% das indústrias brasileiras já implementam ao menos uma prática circular. Esse movimento ocorre em setores variados, do calçado à biocombustível, demonstrando que a circularidade conquistou espaço na agenda corporativa.
Uma amostra de 1.708 indústrias mostrou que 6 em cada 10 empresas utilizam práticas como reciclagem e logística reversa. Entre elas, destacam-se aquelas que investem em:
Setores como calçados (86%), biocombustíveis (82%) e eletrônicos (81%) lideram a adoção, enquanto farmacêuticos (33%) e construção civil (39-42%) ainda enfrentam obstáculos para a expansão dessas práticas.
Os ganhos vão além da preservação ambiental. Estudos internacionais estimam que a economia circular pode gerar até US$ 4,5 trilhões em benefícios até 2030, enquanto o Brasil pode adicionar R$ 11 bilhões ao PIB anualmente com a adoção em larga escala.
Práticas de circularidade promovem:
Além disso, a economia circular tem potencial para criar entre 240 mil e 7 milhões de empregos até 2030, dependendo do nível de maturidade das estratégias implementadas.
O comportamento do consumidor impulsiona a mudança. No Brasil, 88% das pessoas adotam ao menos cinco práticas sustentáveis no dia a dia, e 75% afirmam considerar a responsabilidade socioambiental na escolha de marcas.
Essa valorização de empresas comprometidas com o meio ambiente pressiona o setor produtivo a inovar e reportar resultados de forma transparente.
Apesar dos avanços, barreiras persistem. Metade das empresas aponta falta de conhecimento técnico como obstáculo central, enquanto 40% mencionam limitações financeiras para investir em infraestrutura circular.
Operacionalmente, a baixa coleta seletiva e a dificuldade de reciclagem de embalagens dificulta o ciclo completo de reaproveitamento de insumos.
Em maio de 2025, o Fórum Nacional aprovou o Plano Nacional de Economia Circular, que estabelece 18 macro-objetivos e 71 ações concretas, traçando um plano decenal para consolidar o modelo no Brasil.
O alinhamento com a campanha “Nova Indústria Brasil” reforça o compromisso de elevar a competitividade industrial, criando incentivos à inovação sustentável e empregabilidade verde.
No cenário internacional, gigantes como multinacionais de tecnologia e varejo incorporam métricas de circularidade em seus relatórios de sustentabilidade. A crescente demanda por transparência leva todas as empresas a padronizar indicadores e a adotar frameworks reconhecidos globalmente.
Exemplos de sucesso mostram que a circularidade é viável e lucrativa:
Essas iniciativas não só reduzem custos, mas também constroem uma imagem de marca sólida e responsável.
A integração da economia circular à agenda estratégica das empresas grandes promete um futuro resiliente e próspero. A adoção de tecnologias digitais, como IoT e blockchain, facilitará o rastreamento de materiais e a eficiência dos processos circulares.
Ao unir esforços entre setor público, privado e sociedade civil, o Brasil tem a oportunidade de se tornar uma referência global em sustentabilidade industrial.
Agora, é momento de agir: líderes empresariais podem investir em capacitação, revisar cadeias de valor e envolver consumidores em iniciativas circulares. Ao abraçar esse modelo, as grandes empresas não apenas garantem vantagem competitiva, mas também contribuem para um planeta mais equilibrado e um mercado mais justo.
Referências