Em um ambiente cada vez mais dinâmico, o setor de seguros brasileiro se destaca pela combinação de tecnologia e criatividade, abrindo caminho para novas soluções e parcerias. Empresas tradicionais e insurtechs caminham lado a lado em busca de crescimento expressivo e sustentável do setor, eficiência e uma experiência mais rica para o cliente.
O mercado de seguros no Brasil atingiu R$ 286 bilhões em faturamento em 2023, impulsionado pela digitalização de processos e pela mudança de comportamento de uma população cada vez mais conectada.
Mesmo ocupando o protagonismo na América Latina, o setor ainda apresenta baixo índice de adesão per capita comparado a economias maduras, girando em torno de 5% do PIB. Setores como automóvel, saúde e residenciais registraram aumento na contratação de apólices, refletindo maior consciência de proteção patrimonial e pessoal.
Projeções apontam que, até 2025, os prêmios chegarão a 7,4% do PIB, mantendo uma trajetória de expansão superior à média histórica.
Essa diversidade de segmentos sinaliza oportunidades para corretoras, seguradoras e startups explorarem nichos específicos e adaptarem ofertas às demandas regionais e socioeconômicas.
O avanço do setor se apoia em pilares sólidos que reconfiguram a forma de criar, distribuir e gerenciar apólices, gerando oportunidades de negócios inéditas e lucrativas.
As insurtechs ganharam força: hoje são 502 na América Latina e 206 atuantes apenas no Brasil, com taxa de mortalidade reduzida de 12% para 7%. Em 2024, o segmento captou R$ 139 milhões em venture capital; em 2025, até maio, o montante já supera R$ 350 milhões.
A Azos exemplifica esse crescimento, com R$ 250 milhões captados (sendo R$ 170 milhões em 2025), atuação como MGA, mais de 9.000 corretores parceiros e R$ 60 bilhões em capital segurado. Suas apólices podem ser emitidas em até 30 segundos, com a meta de pagar sinistros em sete dias.
Nas tecnologias disruptivas e soluções inovadoras, a inteligência artificial é aplicada em precificação, análise preditiva de riscos e customização de produtos. Além disso, o uso de blockchain para garantia de transparência, telemática para seguros veiculares e IoT em seguro residencial reforçam a oferta de coberturas ajustadas ao perfil do usuário.
O Open Insurance, ancorado no Open Finance, promove o intercâmbio de dados entre seguradoras, corretoras e fintechs, viabilizando propostas mais competitivas. Em paralelo, o sandbox regulatório permite que startups testem inovações em ambiente controlado, reduzindo barreiras à entrada.
Com a implementação do modelo MGA, intermediários podem desenhar, distribuir e administrar apólices de forma ágil. A Lei Complementar 213, considerada a maior reforma legal dos últimos 60 anos, moderniza o ambiente regulatório, permitindo a atuação de cooperativas de proteção veicular e fortalecendo a concorrência.
A combinação de dados, tecnologia e parcerias estratégicas cria modelos de seguro que se adaptam a situações específicas, atraindo diferentes perfis de clientes e gerando receita de formas inovadoras.
Os seguros instantâneos permitem indenização automática para eventos como roubo de celular ou pane mecânica, acionados por apps em tempo real. Além disso, programas de fidelidade que convertem pontos em serviços promovem o engajamento e aumentam o lifetime value do cliente.
A ampliação de canais via APIs e marketplaces digitais facilita a venda de apólices em plataformas de e-commerce, bancos digitais e aplicativos de mobilidade urbana. Parcerias entre insurtechs e grandes varejistas permitem cruzar dados e ofertar produtos no momento exato da necessidade.
As soluções sob demanda oferecem contratos flexíveis: microseguros para viagens curtas, pay-per-use para motoristas ocasionais e coberturas temporárias atreladas a sensores IoT. Essa personalização, baseada em big data e algoritmos de IA, reduz custos e aumenta a satisfação do segurado.
Corretoras e seguradoras que adotam APIs, chatbots e plataformas de automação conquistam vantagem competitiva, otimizando tempo e recursos e entregando processos mais enxutos para o cliente.
Ao mesmo tempo, há necessidade de atualização contínua e mudança cultural: investir em treinamento digital, revisão de fluxos internos e criação de squads multidisciplinares para manter a relevância em um mercado que valoriza a foco absoluto no cliente e a agilidade.
Discussões sobre fundos emergenciais para vítimas de desastres naturais, seguros climáticos e coberturas cibernéticas apontam para a crescente responsabilidade social e adaptação a novos riscos. Modelos de cooperação entre poder público, seguradoras e ONGs devem ganhar força.
O ambiente colaborativo, marcado por eventos como o Insurtech Brasil, estimula a coconstrução de soluções e acelera a chegada de produtos ao mercado. A expectativa para 2025 é de diversificação de linhas, aumento da base de segurados e consolidação de parcerias estratégicas.
Com um mercado sedento por inovação e uma regulamentação que acompanha esse ritmo, as oportunidades de negócios no setor de seguros brasileiro nunca foram tão promissoras. A adoção de tecnologias, o fortalecimento de parcerias e a criatividade das startups pavimentam o caminho para um futuro de sucesso e resiliência.
Referências