Em meio a uma conjuntura global de transição energética, o setor brasileiro de renováveis se consolida como polo de atração de capital.

Crescimento do mercado e números principais

O mercado de energia renovável no Brasil vive um momento histórico. Projeções indicam que, em 2025, o país atingirá 235,62 GW de capacidade instalada, mantendo um crescimento anual de 6,40%. Este avanço é sustentado por uma combinação de fatores: recursos naturais abundantes, incentivos públicos e estratégias de fusões e aquisições altamente dinâmicas.

• Em 2025, o segmento movimentou R$ 120 bilhões em fusões e aquisições, equivalente a 40% do mercado nacional de M&A.
• Investimentos em energia solar alcançaram R$ 54,9 bilhões em 2024, com aporte adicional de R$ 39 bilhões previstos para 2025.
• No ciclo de março de 2023 a abril de 2024, a energia solar gerou 9,1% da eletricidade consumida no país, superando a média do G20 (6,4%).

Com esses números, o setor reforça seu protagonismo, atraindo investidores institucionais, fundos de private equity e grandes multinacionais interessadas em projetos de longo prazo.

Destaques por fonte de energia

Cada fonte assume um papel estratégico na diversificação e robustez da matriz elétrica. A seguir, os principais indicadores de 2024 e metas para 2025:

Ambiente de investimentos e fusões e aquisições

No cenário de M&A, as renováveis lideram as operações em 2025. Dados mostram alta de 76% no número de negócios solares em 2024, totalizando 51 transações que abrangem usinas de pelo menos 3,6 GWp — quase o triplo do volume fechado em 2023.

Segundo a análise da Zaxo M&A Partners, apesar da volatilidade econômica global, transações em energia limpa mantêm valor e perspectivas claras de expansão. Enquanto outros setores registraram queda média de 6,7% no valor dos negócios, empresas renováveis conseguiram mitigar esses impactos graças a modelos de negócios sólidos e políticas de incentivo.

Inovação e contexto político

O Brasil se consolida como um dos protagonistas globais em energias renováveis, apoiado por ambiente regulatório estratégico para captação de recursos e estímulos à transição energética. Políticas públicas recentes incluem leilões exclusivos para fontes limpas e incentivos fiscais para tecnologias emergentes.

Além disso, há expansão de soluções digitais para gestão de usinas, sistemas de armazenamento em baterias e integração de redes inteligentes. Empresas brasileiras estabelecem parcerias internacionais para troca de know-how e atração de capital estrangeiro:

• Desenvolvimento de projetos offshore com empresas europeias.
• Colaborações em pesquisa de baterias de fluxo e hidrogênio verde.
• Parcerias público-privadas para modernização de redes de transmissão.

Desafios e perspectivas para o futuro

Apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios que exigem adaptação contínua:

• Atualização tecnológica permanente em equipamentos e softwares.
• Competitividade global e flutuações cambiais que afetam custos.
• Necessidade de estabilidade regulatória de longo prazo.
• Integração de grandes projetos à infraestrutura de transmissão existente.

Na contramão desses obstáculos, as perspectivas são otimistas. A busca por descarbonização, aliada à pressão de consumidores e corporações por fontes limpas, acelera o ritmo de crescimento. Estima-se que, até 2025, o país ultrapasse 235 GW de capacidade instalada, com investidores focados em:

• Projetos de grande porte que unem várias fontes, como solar e armazenamento.
• Implementação de parques eólicos offshore com potencial acima de 6,5 GW cada.
• Fusão de empresas de tecnologia limpa para diversificar ofertas.

O papel das empresas é fundamental: elas não apenas captam recursos, mas também promovem empregos, encadeamento produtivo nacional e progresso socioambiental. Para empresários e gestores que buscam entrar nesse mercado, recomenda-se:

• Realizar estudos de viabilidade rigorosos, considerando variáveis climáticas e preços de energia.
• Investir em governança ambiental e social para atrair fundos ESG.
• Fomentar relacionamentos com organismos reguladores e agências de fomento.
• Explorar linhas de crédito verdes e garantias de exportação.

Com essas práticas, o ambiente de negócios torna-se mais seguro e atraente para investidores de impacto e fundos de infraestrutura. Dessa forma, o ciclo virtuoso de captação, expansão e inovação impulsiona a consolidação das renováveis no Brasil como referência mundial.