Em um cenário econômico cada vez mais competitivo, as empresas familiares brasileiras estão em busca de estruturas sólidas de governança para conquistar acesso ao mercado de capitais e garantir sua longevidade.
As empresas familiares representam uma grande fatia do mercado nacional, exercendo papel fundamental na geração de empregos e na inovação. Apesar da relevância, não existe legislação específica que regule esse tipo de negócio, o que gera lacunas em áreas como direito sucessório e tributário.
Sem um arcabouço legal definido, muitas organizações sofrem com fragilidades herdadas das dinâmicas familiares, que podem comprometer decisões estratégicas e a continuidade do negócio.
Para ingressar no mercado de capitais, especialmente no Novo Mercado da B3, é necessário atender a elevados padrões de transparência, equidade e prestação de contas. Esses requisitos fortalecem a credibilidade da empresa perante investidores e elevam o valor percebido de suas ações.
Além disso, a adoção de práticas de governança facilita o processo de IPO (Oferta Pública Inicial), pois reduz os riscos jurídicos e oferece segurança aos acionistas minoritários.
No período entre 2023 e 2024, as emissões de instrumentos de captação saltaram de R$ 55 bilhões para R$ 250 bilhões. Esse crescimento expressivo reflete o apetite de investidores de varejo e institucionais por ativos bem estruturados e regulamentados.
Essas tendências reforçam a necessidade de revisão constante das estruturas internas para atender às expectativas do mercado.
Para estruturar uma governança corporativa eficiente, as empresas familiares devem considerar diversos instrumentos, tais como:
Uma visão sintética desses instrumentos pode ser apresentada na tabela a seguir:
Implantar governança em empresas familiares envolve superar barreiras culturais e emocionais. Entre os principais desafios, destacam-se:
Sem um processo claro de sucessão, a continuidade do negócio pode ficar comprometida, e a falta de profissionalização impacta a capacidade de inovação e de adaptação ao mercado.
O mercado brasileiro tem visto exemplos de empresas familiares que se profissionalizaram com sucesso. Muitas delas escolheram o Novo Mercado da B3 como porta de entrada para novos investidores e alcançaram maior liquidez antes inimaginável.
Fundos de private equity, por sua vez, oferecem alternativas de financiamento que aliam capital e expertise de mercado, acelerando a expansão e permitindo a diversificação de produtos e serviços.
Para iniciar ou intensificar o processo de governança, é essencial seguir algumas práticas fundamentais:
Essas ações não apenas aumentam a atratividade da empresa para investidores, mas também promovem uma cultura interna de responsabilidade e meritocracia.
Ao abraçar práticas de governança corporativa, as empresas familiares ganham em credibilidade, valor de mercado e sustentabilidade a longo prazo. A profissionalização e a transparência deixam de ser apenas exigências externas e se tornam pilares de uma gestão eficiente.
Com as novas tendências de ESG e o fortalecimento do mercado de capitais, as organizações que investirem nessa transformação estarão melhor posicionadas para competir, inovar e perpetuar o legado familiar.
Referências