Logo
Home
>
Análise de Mercado
>
Empresas listadas apostam em estratégias de internacionalização

Empresas listadas apostam em estratégias de internacionalização

16/05/2025 - 14:59
Robert Ruan
Empresas listadas apostam em estratégias de internacionalização

O Brasil vive um momento de transformação em seu comércio exterior. Empresas de diversos tamanhos têm buscado, com visionários planos de expansão global, reforçar sua presença no mercado internacional. Em 2024, o país bateu recorde de 28.847 empresas exportadoras, consolIdando uma trajetória de crescimento e inovação.

Panorama da internacionalização

Diante de um cenário global cada vez mais desafiador, as companhias brasileiras encontram oportunidades em nichos especializados e em economias emergentes. A estratégia de internacionalização vai além da venda de produtos: envolve adaptação de processos, adequação a padrões internacionais e fortalecimento de marcas em mercados externos.

O governo federal, por meio de programas como o Acredita Exportação, devolve 3% das receitas de exportação para pequenas empresas. Essa iniciativa, aliada às ações da CNI e da ApexBrasil, cria um ambiente de apoio fundamental para quem deseja cruzar fronteiras.

Principais iniciativas e missões empresariais

Para 2025, estão confirmadas pelo menos 15 ações de internacionalização. Os eventos incluem encontros de negócios, missões empresariais e consultorias especializadas, desenvolvidas em parceria com a Rede de Centros Internacionais de Negócios e federações estaduais de indústria.

  • Missão à Hannover, Alemanha: intercambio de tecnologia industrial.
  • Rodada de negócios no Chile: alimentos e bebidas.
  • Visitas a mercados do Japão: cosméticos e tecnologia.
  • Consultorias em energia e sustentabilidade na Europa.

Essas ações oferecem insights estratégicos para cada segmento, permitindo às empresas mapear oportunidades e minimizar riscos antes de investir em operações próprias.

Setores em destaque na internacionalização

Alguns segmentos têm se destacado pela agilidade na expansão internacional. Além de alimentos e bebidas, o metalmecânico, o automotivo, a moda (vestuário, têxtil, calçados e joias), tecnologia e energia ganham cada vez mais espaço no exterior.

  • Alimentos e bebidas: ingredientes tropicais e produtos orgânicos.
  • Moda e design: marca brasileira com apelo global.
  • Tech: plataformas financeiras e soluções digitais.
  • Energia limpa: projetos de bioenergia e solar.

Para cada um desses setores, a coordenação da Rede CIN oferece acesso a informações e assessoria especializada, facilitando a entrada em novos mercados.

Ibovespa B3 BR+: ampliando a exposição internacional

A dinâmica de internacionalização também se reflete no mercado de capitais. Em agosto de 2024, a B3 lançou o Ibovespa B3 BR+, um índice que combina ações negociadas localmente e BDRs de empresas brasileiras listadas no exterior, como Nubank, Mercado Livre, PagSeguro e Vtex.

Com 92 ativos (87 ações nacionais e 5 BDRs), o índice serve como referência para investidores que buscam representatividade das maiores empresas negociadas na bolsa. A seleção anual considera receita no Brasil, ativos, número de funcionários e histórico da companhia.

Casos de sucesso: Localiza e a expansão regional

Um exemplo marcante é a Localiza, maior locadora de veículos da América Latina. Após a fusão com a Unidas, a empresa ampliou operações em países vizinhos, investiu em carros elétricos e plataformas digitais, reforçando o compromisso com inovação e sustentabilidade.

Em janeiro de 2025, a Localiza atingiu valor de mercado de R$ 65,32 bilhões e mantém presença marcante em mobilidade urbana em toda a região. Seu modelo de negócios equilibra atendimento ao cliente e soluções corporativas, refletindo uma estratégia bem-sucedida de internacionalização.

Desempenho do comércio exterior e desafios

Em maio de 2025, o Brasil registrou US$ 30,2 bilhões em exportações e US$ 22,9 bilhões em importações, com saldo positivo de US$ 7,2 bilhões. Esses números mostram a força do comércio exterior, mas também apontam desafios a serem superados.

Para pequenas e médias empresas, a internacionalização exige políticas de crédito e incentivos fiscais, além de adaptabilidade a normas técnicas e culturais dos mercados-alvo. Ferramentas como o Comex Stat e missões empresariais ajudam na tomada de decisão e no planejamento estratégico.

Tendências para 2025 e além

O horizonte para os próximos anos é promissor. Novos destinos na África e na Ásia, combinação de tecnologia com agronegócio e a crescente demanda por soluções sustentáveis devem impulsionar ainda mais o ritmo de internacionalização.

Estratégias digitais, alianças estratégicas e foco em sustentabilidade serão diferenciais competitivos no mercado global. Empresas que investirem em inovação e parcerias internacionais estarão mais preparadas para aproveitar as oportunidades emergentes.

À medida que avançamos, a união entre iniciativa privada, políticas públicas e apoio institucional será crucial para manter o ritmo de crescimento. As empresas brasileiras listadas demonstram que, com estratégias bem planejadas e parcerias sólidas, é possível transformar desafios em oportunidades e conquistar novos horizontes.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

Robert Ruan