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Evite o parcelamento de compras supérfluas

Evite o parcelamento de compras supérfluas

12/09/2025 - 01:44
Marcos Vinicius
Evite o parcelamento de compras supérfluas

O Brasil vive uma realidade em que o parcelamento de compras se tornou uma prática corriqueira, presente em 69,3% das transações com cartão de crédito. Embora muitos vejam nas parcelas uma forma de diluir o impacto no orçamento, especialmente para itens de desejo, essa facilidade pode esconder armadilhas que comprometem a saúde financeira.

Dados recentes apontam que 27,5% dos brasileiros utilizam o parcelamento como forma de controle, mas, paradoxalmente, 41,7% recorrem a ele semanalmente, elevando o risco de endividamento.

Por que evitamos o pagamento à vista?

Muitos consumidores preferem parcelar para ter acesso imediato a produtos sem comprometer uma grande quantia de uma só vez. Essa estratégia aparenta ser eficaz, mas costuma gerar gasto maior — tanto pelo preço embutido quanto pela falsa sensação de que a compra cabe no orçamento.

Além disso, o apelo de facilidades “sem juros” e programas de pontos cria a impressão de benefício, embora, na prática, os juros estejam precificados no valor final do produto.

O papel do parcelamento no consumo impulsivo

O cartão de crédito incentiva o consumo recorrente e impulsivo. Ao oferecer diversas opções de parcelamento, torna-se tentador adicionar itens extras ao carrinho. Essa dinâmica alimenta o ilusão de parcelas pequenas e reduz a percepção do impacto real do gasto.

O resultado é um aumento do ticket médio e uma sensação equivocada de controle, quando, na verdade, as dívidas se acumulam de forma quase imperceptível.

Números do parcelamento: dados atuais segundo as pesquisas de 2025

Entender quais produtos são mais parcelados ajuda a identificar comportamentos de risco. Confira abaixo os principais segmentos:

Há ainda 27% dos consumidores usando Pix parcelado e 14% optando por crediário, ampliando a oferta de crédito fácil.

Principais riscos para o orçamento pessoal

Embora o parcelamento pareça inofensivo, existem riscos significativos:

  • juros embutidos no preço final, que elevam o custo total da compra;
  • endividamento progressivo e descontrole financeiro, à medida que várias parcelas coincidem;
  • comprometimento da renda futura, limitando capacidade de resposta a emergências;
  • dificuldade para poupar e formar reservas, já que parcelas reduzem o espaço no orçamento.

Diferença entre comprar à vista e parcelado: vantagens e desafios

Optar pelo pagamento à vista traz benefícios claros. Já o parcelamento, apesar da flexibilidade imediata, costuma gerar custos ocultos. Analise cada forma:

  • Pagamento à vista:
    • Descontos reais negociáveis;
    • Eliminação do risco de dívidas futuras;
    • liberdade futura no orçamento, sem parcelas mensais.
  • Parcelamento:
    • Diluição do valor em várias vezes;
    • Possível ilusão de custo baixo;
    • Juros e custos adicionais embutidos;
    • Risco de acúmulo de parcelas.

Como proteger a saúde financeira: orientações práticas

Para evitar cair nas armadilhas do consumo parcelado de itens supérfluos, adote práticas simples:

  • Avalie se a compra é realmente necessária antes de parcelar;
  • Compare o custo total entre à vista e parcelado, considerando descontos e juros;
  • Planeje compras grandes poupando antecipadamente, em vez de comprometer a renda futura;
  • Limite o número de parcelas simultâneas e monitore todas as dívidas;
  • Priorize sempre o consumo consciente e planejamento financeiro sobre o impulso momentâneo.

Conclusão

O parcelamento pode ser uma ferramenta legítima de organização financeira quando bem planejado. No entanto, ao ser usado para compras supérfluas, ele se torna um gatilho para o endividamento silencioso, comprometendo sua liberdade e estabilidade.

Adotar o pagamento à vista sempre que possível, negociar descontos e manter um controle rígido do orçamento são passos essenciais para preservar sua saúde financeira. Cultivar o hábito de avaliar a real necessidade de cada gasto garante mais tranquilidade e evita o ciclo vicioso de dívidas.

Em um cenário econômico desafiador, a melhor estratégia é fortalecer sua capacidade de decisão, adotando visão clara do orçamento futuro e disciplina para alcançar seus objetivos sem comprometer seu bem-estar.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius