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Inclua ativos protegidos contra inflação em cenários de alta

Inclua ativos protegidos contra inflação em cenários de alta

30/03/2025 - 03:12
Maryella Faratro
Inclua ativos protegidos contra inflação em cenários de alta

Em momentos de alta inflação, proteger o patrimônio se torna um desafio essencial para investidores que buscam segurança e manutenção do poder de compra ao longo do tempo. Entender as opções disponíveis no mercado brasileiro e as suas características é fundamental para quem deseja evitar perdas reais e construir uma carteira resiliente.

Por que proteger seu patrimônio em cenários inflacionários?

A inflação elevada corrói o valor do dinheiro, reduzindo o rendimento real de ativos tradicionais como poupança e renda fixa prefixada. Em especial, quando a inflação supera as expectativas, a rentabilidade desses investimentos pode ficar abaixo do aumento de preços, gerando perda de poder de compra.

Nesse contexto, os ativos indexados ao IPCA — índice oficial de inflação do Brasil — se destacam por oferecer tanto proteção contra a elevação generalizada de preços quanto, em muitos casos, ganhos reais acima da inflação.

Principais ativos protegidos contra inflação

A seguir, confira o panorama dos instrumentos mais utilizados para hedge inflacionário, com suas principais características, liquidez, proteção do FGC e tributação.

Detalhamento dos produtos e pontos técnicos

Cada alternativa apresenta vantagens específicas. Entenda as características principais e as condições de cada instrumento antes de decidir alocar parte do seu portfólio.

  • Tesouro IPCA+: ideal para quem busca rentabilidade real contratada até o vencimento, com liquidez diária pelo Tesouro Direto e tabela regressiva de IR.
  • Títulos privados atrelados ao IPCA: CDBs e LCIs/LCAs contam com proteção do FGC e, no caso das LCIs/LCAs, isenção de IR para pessoa física.
  • Debêntures e CRIs/CRAs: oferecidas por empresas e setor imobiliário/agro, têm isenção de IR, mas suportam maior risco de crédito.
  • Fundos de inflação e FIIs: proporcionam diversificação e gestão ativa, porém cobram taxas e podem não replicar perfeitamente o IPCA.
  • Commodities, ações resilientes e câmbio: atuam como hedge adicional, mas exigem conhecimento de mercado e tolerância à volatilidade.

Vantagens de incluir ativos IPCA+ na carteira

Construir um portfólio com proteção contra inflação traz benefícios claros:

  • Preservação do poder de compra diante de alta geral de preços.
  • Possibilidade de obter ganhos reais acima da inflação em ativos híbridos.
  • diversificação e redução de riscos concentrados em uma única classe de investimento.
  • Opções com isenção de IR e cobertura do FGC para aumentar ganho líquido.

Riscos e desvantagens a considerar

Apesar das vantagens, é fundamental avaliar os pontos de atenção antes de investir:

Marcação a mercado pode gerar oscilações no valor dos títulos antes do vencimento, levando a perdas nominais em casos de venda antecipada. Já os ativos privados, como debêntures e CRIs, carregam riscos de crédito e liquidez reduzida, exigindo análise cuidadosa do emissor.

Adicionalmente, itens sujeitos à tributação, como Tesouro IPCA+ e CDB IPCA+, sofrem desconto de imposto de renda que impacta o retorno líquido. Por fim, fundos e FIIs cobram taxas de administração que afetam a performance final.

Estratégias para uma carteira resistente à inflação

Para aproveitar ao máximo as opções disponíveis, siga algumas práticas recomendadas:

  • Defina um horizonte de investimento de longo prazo para garantir a rentabilidade real contratada até o vencimento dos títulos híbridos.
  • Equilibre ativos com liquidez diária e outros de vencimento mais distante, alinhados ao seu perfil e necessidades de caixa.
  • Monitore indicadores macroeconômicos, como IPCA e decisões do Copom sobre taxas de juros.
  • Reavalie periodicamente a carteira para ajustar exposições a ativos que perdem atratividade.

Exemplos práticos e números do mercado

Em 2023, o IPCA acumulou alta de aproximadamente 4,62%, reforçando a importância de estratégias defensivas. Títulos como o Tesouro IPCA+ 2035 eram negociados com prêmio de IPCA + 6,0% ao ano em 2025, o que resultaria em retorno nominal de 10,62% caso a inflação se mantenha.

O ouro, como uma das principais commodities, chegou a valorizar mais de 18% em períodos de inflação acima do previsto, comprovando seu papel como proteção. Já debêntures incentivadas podem oferecer taxas acima de IPCA + 6,5%, mas exigem avaliação detalhada do emissor.

Considerações finais

Em cenários de alta inflação, montar uma carteira diversificada com ativos indexados ao IPCA é essencial para preservação do patrimônio. Avalie seu perfil, liquidez e horizonte de investimento, equilibrando opções públicas, privadas e alternativas que melhor se encaixem em seus objetivos.

Com disciplina, monitoramento constante e escolhas fundamentadas, é possível não apenas proteger-se contra a erosão causada pela inflação, mas também conquistar ganhos reais e manter tranquilidade financeira ao longo dos ciclos econômicos.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro