Em um cenário econômico em rápida transformação, o setor alimentício brasileiro adapta-se às novas demandas de um público cada vez mais exigente. A combinação entre fatores financeiros, busca por saúde e experiências marcantes molda a forma como as pessoas compram, preparam e consomem alimentos em 2025.
Em 2024, o grupo de alimentos registrou uma alta de 7,62%, acima da inflação geral de 4,83%. Essa forte alta de preços obrigou os consumidores a reavaliar cada compra, tornando-se consumidores sensíveis a custos.
Para equilibrar o orçamento, as famílias passaram a visitar o supermercado com mais frequência, mas adquirindo volumes menores a cada ida. Essa fragmentação de compras acontece em todas as classes sociais, sendo mais intensa nas classes C, D e E. Mesmo com a inclusão de novos itens na cesta básica, 55% das categorias monitoradas tiveram redução de volume adquirido.
O aumento de 3,9% nas ocasiões de consumo doméstico reflete a busca por praticidade e saúde. Muitas famílias redescobriram o prazer de cozinhar, investindo em ingredientes frescos e receitas caseiras.
Ao mesmo tempo, o consumo fora do lar cresceu de forma expressiva. Em 2022 foram gastos R$ 216,2 bilhões em refeições fora de casa, um aumento de 27,6% em relação a 2021, ultrapassando níveis pré-pandemia. No entanto, o fim do home-office trouxe uma racionalização das refeições: bebidas e sobremesas são menos priorizadas, e escolhas mais simples dominam o cardápio nos restaurantes.
Atualmente, 85% dos consumidores consideram o preço o principal fator de escolha, 78% dão prioridade à qualidade e 65% buscam marcas confiáveis. Além disso, cresce a demanda por experiências sensoriais intensamente personalizadas, com porções menores para evitar desperdício e embalagens práticas.
Para atender a esse público mais exigente, empresas oferecem:
A preocupação ambiental avança, sobretudo entre os jovens. Embora o preço ainda prevaleça, cresce a valorização de práticas sustentáveis, como produção orgânica e redução de plástico.
Paralelamente, a indústria alimentícia investe em neurociência para criar experiências de consumo únicas. As empresas utilizam sensores, análise de dados e algoritmos para antecipar preferências e oferecer sabores exclusivos, serviços de atendimento via aplicativos e sistemas automatizados e apps personalizados.
Em meio às mudanças, cresce a valorização de pratos tradicionais, como arroz e feijão, feijoada e pizza, adaptados ao orçamento. A mistura criativa de culturas regionais e internacionais conquista espaço, trazendo novas combinações e sabores.
Ambientes instagramáveis e eventos temáticos se tornam diferenciais para quem busca algo além do prato. Jantares exclusivos, festivais gastronômicos e menus sazonais oferecem narrativas ricas, conectando consumidores a histórias, ingredientes e comunidades locais.
O futuro do setor alimentício no Brasil aponta para uma maior exigência por transparência e rastreabilidade. As marcas precisarão comunicar com clareza aspectos nutricionais, métodos de produção e impacto social.
Adicionalmente, tecnologias como inteligência artificial, Internet das Coisas e automação de cozinha continuarão redefinindo a experiência de compra e preparo. Delivery, apps personalizados e sistemas de pagamento simplificados fazem parte de uma jornada mais fluida e conectada.
Para acompanhar esse ritmo, empresas devem investir em pesquisa de mercado, co-criação com consumidores e parcerias estratégicas. Somente assim será possível oferecer soluções que equilibrem preço, qualidade, inovação e responsabilidade socioambiental, consolidando-se como líderes neste setor dinâmico e desafiador.
Referências