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O avanço do open finance transforma a relação dos clientes com bancos

O avanço do open finance transforma a relação dos clientes com bancos

27/03/2025 - 00:38
Robert Ruan
O avanço do open finance transforma a relação dos clientes com bancos

O Open Finance tem revolucionado o setor financeiro no Brasil, permitindo que clientes e instituições dialoguem de forma inédita. A consolidação desse modelo abre caminhos para uma relação mais transparente e centrada no usuário.

Desde a sua concepção, o Open Finance veio para ampliar as fronteiras do tradicional Open Banking. A seguir, exploramos como essa evolução impacta clientes e instituições.

Conceito e evolução do Open Finance no Brasil

O Open Finance consiste no compartilhamento de dados financeiros entre instituições autorizadas, sempre com o consentimento do cliente. Nascido a partir do Open Banking em 2020, ganhou corpo e escopo ao englobar não apenas bancos, mas também fintechs, corretoras, seguradoras e fundos de previdência.

A regulação é comandada pelo Banco Central do Brasil, que define os padrões de segurança e privacidade exigidos. Esse formato padronizado pelo Banco Central garante interoperabilidade e proteção dos dados, ampliando continuamente as exigências para participação.

Crescimento e números recentes

O ritmo de adoção do Open Finance tem sido impressionante. Em 2024, o número de usuários já ultrapassou a marca de 42 milhões, segundo a Febraban. Esse crescimento reflete uma busca crescente por inovação e conveniência.

Em 2024, também foi criada a Associação Open Finance (AOF), instituição que fortalece a governança do ecossistema e representa os diversos setores envolvidos. A partir de 2025, a Resolução Conjunta 10/24 ampliou a obrigatoriedade de participação para conglomerados financeiros com mais de 5 milhões de clientes.

Vantagens para os clientes

Os principais benefícios do Open Finance para os usuários refletem em maior autonomia e eficiência na gestão financeira:

  • Maior controle dos dados: o cliente escolhe o que e com quem compartilhar.
  • Serviços personalizados e relevantes: ofertas de crédito, seguros e investimentos sob medida.
  • Transparência e confiança: clareza sobre tarifas e condições, fortalecendo a relação com as instituições.
  • Visão financeira consolidada: unificação dos dados de múltiplas contas em um só lugar.
  • Melhor saúde financeira: ferramentas de planejamento e educação facilitam decisões mais eficientes.

Transformação da experiência e relação cliente-banco

A implementação do Open Finance refaz a jornada do usuário. Após fornecer consentimento, seus dados são acessados de forma segura e pontual, viabilizando contratações e portabilidades de modo ágil.

Com isso, bancos e fintechs passam a oferecer incentivos personalizados para fidelização. Programas de recompensa, taxas de juros adaptadas ao perfil de risco e descontos exclusivos são alguns exemplos.

Além disso, a experiência omnichannel torna-se realidade, permitindo que clientes iniciem transações em um canal e as concluam em outro, sem perda de informações ou necessidade de retrabalho.

Impactos para as instituições financeiras

O ecossistema financeiro se reorganiza diante desse novo desenho competitivo. Instituições de todos os portes buscam modelos de negócio colaborativos, unindo forças para oferecer soluções completas.

A padronização no compartilhamento de dados reduz custos operacionais, acelera processos internos, como análise de risco e auditorias, e diminui a burocracia na comunicação entre áreas.

No campo regulatório, cresce a necessidade de adequação contínua de infraestrutura de TI, políticas de privacidade e práticas de compliance, em conformidade com a LGPD e auditorias do Banco Central.

Desafios e perspectivas futuras

Ainda existem obstáculos a serem superados. A segurança e privacidade dos dados demandam tecnologias cada vez mais robustas, incluindo autenticação forte e monitoramento constante.

Muitos clientes desconhecem seus direitos e as vantagens do modelo, o que reforça a urgência de campanhas educativas e iniciativas de inclusão digital.

As fraudes financeiras e crimes cibernéticos exigem mecanismos de prevenção avançados. Em médio prazo, a adoção de blockchain surge como alternativa para reforçar a imutabilidade dos registros e o controle do cliente sobre seus dados, embora enfrente desafios regulatórios e de privacidade.

O que esperar de 2025 em diante

O futuro do Open Finance reserva oportunidades e inovação contínuas. Entre as tendências mais promissoras, destacam-se:

  • Personalização extrema de produtos financeiros por meio de IA e analytics.
  • Integração total do ecossistema financeiro sem barreiras entre bancos, fintechs e seguradoras.
  • Automação de pagamentos e contratos inteligentes que reduzam burocracia.
  • Novos canais de atendimento digital, focados em experiências intuitivas e centradas no cliente.

À medida que o Open Finance ganha maturidade, clientes e instituições avançam juntos rumo a um modelo financeiro mais colaborativo, transparente e eficiente.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

Robert Ruan