O Open Finance tem revolucionado o setor financeiro no Brasil, permitindo que clientes e instituições dialoguem de forma inédita. A consolidação desse modelo abre caminhos para uma relação mais transparente e centrada no usuário.
Desde a sua concepção, o Open Finance veio para ampliar as fronteiras do tradicional Open Banking. A seguir, exploramos como essa evolução impacta clientes e instituições.
O Open Finance consiste no compartilhamento de dados financeiros entre instituições autorizadas, sempre com o consentimento do cliente. Nascido a partir do Open Banking em 2020, ganhou corpo e escopo ao englobar não apenas bancos, mas também fintechs, corretoras, seguradoras e fundos de previdência.
A regulação é comandada pelo Banco Central do Brasil, que define os padrões de segurança e privacidade exigidos. Esse formato padronizado pelo Banco Central garante interoperabilidade e proteção dos dados, ampliando continuamente as exigências para participação.
O ritmo de adoção do Open Finance tem sido impressionante. Em 2024, o número de usuários já ultrapassou a marca de 42 milhões, segundo a Febraban. Esse crescimento reflete uma busca crescente por inovação e conveniência.
Em 2024, também foi criada a Associação Open Finance (AOF), instituição que fortalece a governança do ecossistema e representa os diversos setores envolvidos. A partir de 2025, a Resolução Conjunta 10/24 ampliou a obrigatoriedade de participação para conglomerados financeiros com mais de 5 milhões de clientes.
Os principais benefícios do Open Finance para os usuários refletem em maior autonomia e eficiência na gestão financeira:
A implementação do Open Finance refaz a jornada do usuário. Após fornecer consentimento, seus dados são acessados de forma segura e pontual, viabilizando contratações e portabilidades de modo ágil.
Com isso, bancos e fintechs passam a oferecer incentivos personalizados para fidelização. Programas de recompensa, taxas de juros adaptadas ao perfil de risco e descontos exclusivos são alguns exemplos.
Além disso, a experiência omnichannel torna-se realidade, permitindo que clientes iniciem transações em um canal e as concluam em outro, sem perda de informações ou necessidade de retrabalho.
O ecossistema financeiro se reorganiza diante desse novo desenho competitivo. Instituições de todos os portes buscam modelos de negócio colaborativos, unindo forças para oferecer soluções completas.
A padronização no compartilhamento de dados reduz custos operacionais, acelera processos internos, como análise de risco e auditorias, e diminui a burocracia na comunicação entre áreas.
No campo regulatório, cresce a necessidade de adequação contínua de infraestrutura de TI, políticas de privacidade e práticas de compliance, em conformidade com a LGPD e auditorias do Banco Central.
Ainda existem obstáculos a serem superados. A segurança e privacidade dos dados demandam tecnologias cada vez mais robustas, incluindo autenticação forte e monitoramento constante.
Muitos clientes desconhecem seus direitos e as vantagens do modelo, o que reforça a urgência de campanhas educativas e iniciativas de inclusão digital.
As fraudes financeiras e crimes cibernéticos exigem mecanismos de prevenção avançados. Em médio prazo, a adoção de blockchain surge como alternativa para reforçar a imutabilidade dos registros e o controle do cliente sobre seus dados, embora enfrente desafios regulatórios e de privacidade.
O futuro do Open Finance reserva oportunidades e inovação contínuas. Entre as tendências mais promissoras, destacam-se:
À medida que o Open Finance ganha maturidade, clientes e instituições avançam juntos rumo a um modelo financeiro mais colaborativo, transparente e eficiente.
Referências