Em um cenário marcado pela volatilidade e pelas constantes mudanças nos indicadores econômicos, os fundos multimercados reafirmam seu papel de destaque. Gestores de todo o país analisam cuidadosamente projeções de juros, inflação e crescimento para balizar alocações que resistam aos ciclos mais desafiadores.
O ano de 2025 começou com expectativas otimistas após um resultado expressivo em abril. Foi registrado o melhor retorno mensal da história dos fundos multimercados no Brasil, com alta de 3,6% no índice médio de desempenho. Esse avanço sinaliza a capacidade de adaptação das carteiras aos movimentos bruscos do mercado local e global.
Em contrapartida, 2024 entrou para as estatísticas como o pior ano da história desses produtos, com resgates que atingiram R$ 356 bilhões, quase o dobro do ano anterior. Esse movimento reforçou a importância de estratégias mais resilientes e diversificadas para retomar a confiança dos investidores.
As decisões de alocação em 2025 têm como base cenários traçados por grandes instituições e pelo mercado financeiro. A projeção para a taxa Selic ao final do ano é de 15% ao ano, levemente abaixo da expectativa anterior. Quanto à inflação, o IPCA está estimado em 5,75%, acima dos 5,71% anteriores e dos 5,66% do Boletim Focus, gerando pressão inflacionária acima das expectativas.
No que se refere ao produto interno bruto, os gestores revisaram para baixo o crescimento previsto, de 2,06% para 1,95%, superando a própria estimativa de 1,99% do mercado. Essa redução da projeção de crescimento do PIB exige cautela na montagem de posições mais sensíveis ao ciclo econômico.
Diante desse ambiente, as principais táticas adotadas pelos gestores incluem o aumento de investimentos em juros reais, aposta no dólar e uma cautelosa exposição em renda variável.
Os fundos multimercados se destacam pela flexibilidade e diversificação, permitindo ajustes rápidos conforme o cenário evolui. Modelos macro se baseiam em variáveis como câmbio, juros e índices de mercado global, enquanto estratégias long & short combinam posições compradas e vendidas para aproveitar oscilações.
Em mercados turbulentos, a gestão ativa e adaptação constante torna-se o principal fator de sucesso, possibilitando que as carteiras capturem oportunidades em diferentes classes de ativos e reduzam a exposição em momentos de risco elevado.
O ambiente atual apresenta alta volatilidade e elevação na correlação entre ativos, dificultando a diversificação tradicional. Além disso, a dependência de fatores externos, como a política monetária dos EUA e as tensões geopolíticas, amplia os riscos sistêmicos.
Retornos resilientes requerem leitura precisa dos ciclos econômicos e capacidade de navegar em um mercado globalizado. Gestores devem monitorar de perto indicadores-chave e ajustar rapidamente as posições, evitando concentrações excessivas em um único fator.
Após o agravamento dos resgates em 2024, entidades como a Anbima intensificam estudos para fortalecer a indústria de fundos multimercados. Entre as propostas, estão novas regras de governança, incentivos fiscais e maior transparência na divulgação de resultados.
O objetivo é resgatar a confiança dos investidores e oferecer produtos mais alinhados ao perfil de cada cliente, reforçando a importância de políticas que estimulem a permanência do capital no longo prazo.
Para facilitar a compreensão do cenário, apresentamos a seguir uma tabela com as principais projeções e indicadores:
Em um mercado imprevisível e dinâmico, as projeções de crescimento, inflação e juros continuam a guiar as decisões em fundos multimercados. A combinação de estratégias bem fundamentadas e uma gestão ágil é o caminho para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades em 2025 e além.
Referências