Celulares, tablets e outros dispositivos tornaram-se verdadeiros extensões da nossa vida diária, seja para trabalho, comunicação ou entretenimento. No Brasil, a quantidade de aparelhos em uso e a frequência de incidentes reforçam a importância de soluções de proteção financeira e tecnológica.

Com apenas menos de 4% do total de celulares segurados, existe um espaço enorme para educar consumidores e oferecer produtos adequados. Este artigo explora o cenário atual, as inovações e as perspectivas para o mercado de seguros de eletrônicos pessoais no Brasil em 2025.

Panorama do mercado de seguros

Segundo dados da Anatel, o Brasil registrou aproximadamente 265 milhões de celulares em uso, porém apenas 10 milhões contam com algum tipo de cobertura. Essa discrepância evidencia um mercado amplamente inexplorado e com forte potencial de crescimento.

• Grandes seguradoras mostraram crescimento de 22% em receitas na linha de seguro para celular em 2024.
• 67% dos clientes adicionam cobertura para furto simples, a mais solicitada pelos consumidores.
• Produtos básicos de seguro contra roubo com garantia internacional servem como porta de entrada ao mercado.

Além de roubo e furto qualificado, as apólices podem incluir quebra acidental, danos elétricos e indenização por uso indevido em transações digitais, como Pix após o furto.

Oportunidades e tendências do setor

O comportamento do consumidor mudou, com maior demanda por conveniência e flexibilidade. Seguros pay-per-use e formatos personalizáveis surgem para atender esse perfil.

As estratégias adotadas pelas seguradoras envolvem interfaces digitais intuitivas e uso de IA para agilizar processos. O seguro cibernético, segmento em expansão, cobre riscos decorrentes de fraudes, vazamento de dados e ataques de ransomware nas transações eletrônicas.

• Pay-per-use e seguros personalizáveis em planos sob demanda.
• Foco em tecnologia para otimizar a jornada do cliente.
• Cobertura de riscos digitais, como fraudes online.

Inovações tecnológicas no setor

A inteligência artificial vem transformando a precificação e análise de risco, com sistemas preditivos que identificam padrões e evitam fraudes. Chatbots e assistentes virtuais reduzem o tempo de espera e aumentam a satisfação dos segurados.

Por sua vez, a tecnologia blockchain garante integridade e transparência nos contratos digitais e processos de indenização, evitando divergências e acelerando a liberação de valores. Ferramentas de análise preditiva permitem ofertas mais alinhadas ao perfil de uso do cliente, melhorando a adequação das coberturas.

Segurança de dados e cibersegurança

Com o aumento das ameaças digitais, cibersegurança se tornou obrigação para seguradoras, não apenas como diferencial. As empresas investem em monitoramento com IA, criptografia avançada e autenticação multifator nos aplicativos de serviço.

O tratamento de dados pessoais segue rigorosamente a LGPD, incluindo informações biométricas. Isso fortalece a confiança do consumidor e garante que a apólice seja acionada com segurança, protegendo tanto o cliente quanto a reputação da empresa.

Iniciativas públicas e prevenção de furtos

O programa “Celular Seguro”, conduzido pela Anatel e pelo Ministério da Justiça, permite o bloqueio total de aparelhos (linha, contas e IMEI), tornando-os inúteis e desincentivando o comércio ilegal.

Apesar dessas medidas, o roubo e furto de eletrônicos permanece elevado, justificando a contratação de seguro para evitar grandes prejuízos financeiros e garantir a proteção de informações sensíveis armazenadas nos dispositivos.

Principais coberturas e exclusões

As apólices de seguro para eletrônicos pessoais oferecem cobertura abrangente, mas também apresentam exclusões que o consumidor deve conhecer para evitar surpresas no momento do sinistro.

• Roubo e furto qualificado e simples.
• Danos acidentais, como quebra de tela e queda.
• Danos elétricos e contato com líquidos.
• Proteção de dados em caso de violação após o incidente.

Entre as exclusões comuns estão danos intencionais, perda simples sem boletim de ocorrência e descumprimento de manutenções recomendadas pela fabricante.

Como funciona o processo de contratação e acionamento

Para contratar o seguro, o cliente deve comparar ofertas em sites de seguradoras, operadoras de telefonia ou aplicativos dedicados. É necessário cadastrar o aparelho, informando nota fiscal, IMEI e documentos pessoais.

O pagamento pode ser mensal ou anual, com opções fixa ou pay-per-use. Em caso de sinistro, o segurado registra o incidente online, envia boletim de ocorrência e outros comprovantes, e aguarda a análise e liberação da indenização.

Expectativas para o futuro

Espera-se uma maior diversificação, com seguros para notebooks, smartwatches, fones de ouvido e outros dispositivos conectados. A oferta de seguros embutidos em varejistas e plataformas de e-commerce deve crescer, facilitando a aquisição de cobertura já no momento da compra do aparelho.

Parcerias entre seguradoras, bancos e empresas de tecnologia devem resultar em soluções cada vez mais integradas, oferecendo pacotes de serviços que vão além da simples indenização, como assistência técnica e recuperação de dados.

O mercado de seguros para eletrônicos pessoais está pronto para uma transformação significativa. Consumidores ganham mais segurança e tranquilidade ao proteger seus bens, enquanto seguradoras encontram novas formas de inovar, fidelizar e expandir.

Com a combinação de tecnologia, regulamentação e oferta diversificada, o setor tem potencial para elevar a penetração de seguros, tornando-se parte integrante da rotina dos brasileiros.