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Setor de seguros cresce com produtos personalizados e digitais

Setor de seguros cresce com produtos personalizados e digitais

27/11/2025 - 21:49
Felipe Moraes
Setor de seguros cresce com produtos personalizados e digitais

O setor de seguros brasileiro está passando por uma transformação profunda, impulsionada pela inovação tecnológica e pela mudança de comportamento dos consumidores. Em 2025, projeta-se um crescimento acima de 10%, consolidando a indústria como peça-chave na economia nacional.

Esta retomada vigorosa reflete não apenas números, mas uma jornada de conquista de confiança, inclusão e modernização.

Panorama de crescimento e relevância econômica

Segundo a CNseg, o mercado deve alcançar uma participação de 6,4% no PIB até o fim de 2025, um patamar que reforça seu papel estratégico. A arrecadação prevista para 2024 ultrapassa R$ 747,3 bilhões, somando seguros, previdência aberta, capitalização e saúde suplementar.

Essa expansão não é homogênea, mas destaca segmentos que respondem com vigor à demanda atual:

O destaque da cobertura de pessoas e da saúde suplementar revela a crescente consciência sobre proteção individual. Enquanto isso, seguros automóvel e rural avançam de forma mais moderada, mas constante.

Digitalização e personalização de produtos

O movimento de digitalização do setor é uma alavanca essencial. Insurtechs e tradicionais seguradoras apostam em plataformas e aplicativos inovadores que tornam a contratação e o gerenciamento de apólices mais rápidos e intuitivos.

Ao mesmo tempo, a coleta e a análise de big data permitem soluções digitais e personalização de seguros baseadas no perfil e no comportamento de cada cliente. Isso inclui seguro pay-per-use para veículos e bicicletas, produtos modulares que o usuário monta conforme suas necessidades e coberturas sob demanda.

Alguns exemplos de ofertas personalizadas e digitais ganham destaque:

  • Seguros para pets com cláusulas específicas de saúde e bem-estar.
  • Planos de saúde digitais integrando telemedicina e aplicativos de acompanhamento.
  • Seguros paramétricos que acionam pagamentos automáticos por índices climáticos, como chuva em áreas rurais.
  • Coberturas temporárias para viagens, shows e eventos culturais.
  • Proteções embarcadas em serviços de delivery e mobilidade urbana.

Essas inovações não apenas reduzem custos operacionais, mas também aproximam o consumidor, criando um relacionamento contínuo e transparente.

Inclusão, educação securitária e desafios

Apesar da evolução, o nível de proteção da população ainda é baixo. Apenas 18% dos brasileiros têm seguro de vida e 9% possuem plano de previdência aberta. Mais de 80% dos cidadãos encontram-se vulneráveis.

Esse cenário aponta para um vasto campo de atuação, especialmente entre a baixa renda e os autônomos. A simplificação dos produtos e a disseminação de educação securitária e inclusão financeira são fundamentais para ampliar o acesso.

Entretanto, a jornada de expansão enfrenta obstáculos:

  • Barreiras de entendimento: linguagem técnica e burocracia afastam potenciais clientes.
  • Desconfiança histórica: falta de familiaridade com seguros pode gerar receio.
  • Infraestrutura digital desigual: acesso limitado em regiões remotas dificulta a adoção.

Para superar esses entraves, seguradoras e reguladores precisam consolidar ações de educação, oferecer produtos mais simples e usar interfaces amigáveis.

Perspectivas futuras e macrotendências

Com a estabilidade inflacionária prevista para 2025 e o fortalecimento do mercado interno, cresce a confiança do consumidor. O setor segurador assume um papel estratégico na gestão de riscos, ao lado da educação financeira.

Investimentos elevados em machine learning, inteligência artificial e parcerias entre tradicionais e insurtechs fortalecem a cadeia de valor. Bancos digitais, startups e seguradoras compartilham dados e tecnologias para criar produtos realmente moldados ao cliente e acompanhar sua jornada.

O envelhecimento populacional e a preocupação com aposentadoria catapultam a demanda por previdência e planos de vida flexíveis. Já as mudanças climáticas impulsionam seguros paramétricos e coberturas para eventos extremos.

Em síntese, a indústria de seguros do Brasil vive um momento único, em que empoderar cada indivíduo com proteção é mais do que um objetivo comercial: é uma missão de impacto social e econômico.

Ao navegarmos por esse panorama, vemos que a convergência de dados, tecnologia e propósito impulsiona um setor que, além de crescer, redefine seu compromisso com a sociedade.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes é redator e especialista em finanças no alxlen.com. Com experiência em análise de crédito e planejamento financeiro, ele tem como missão tornar o mundo das finanças mais compreensível e acessível. Seus conteúdos ajudam os leitores a tomar decisões inteligentes, evitar endividamentos e construir uma base sólida para o futuro.