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Setor de varejo se adapta ao consumidor digital pós-pandemia

Setor de varejo se adapta ao consumidor digital pós-pandemia

25/08/2025 - 10:32
Maryella Faratro
Setor de varejo se adapta ao consumidor digital pós-pandemia

O varejo brasileiro vive hoje uma fase de transição acelerada, marcada por desafios e oportunidades. Após o choque da pandemia, empresas e consumidores redefiniram expectativas e práticas.

1. Introdução: O impacto da pandemia no varejo

A pandemia de Covid-19 foi um divisor de águas para o varejo, obrigando redes físicas a fecharem temporariamente e a buscarem soluções digitais.

De 2019 para 2021, o setor acelerou processos de digitalização, adotando novos modelos de negócios para manter operações e atender a demanda emergente.

O consumo digital ganhou espaço como principal canal de vendas, redirecionando esforços de marketing e logística para plataformas online, redes sociais e aplicativos de entrega.

2. Números e dados do varejo digital pós-pandemia

Os indicadores mostram um crescimento expressivo do e-commerce no Brasil:

Em 2024, o setor online faturou R$ 204,3 bilhões, com crescimento de 10,5% em relação a 2023. A projeção para 2025 supera R$ 234 bilhões, consolidando a preferência pelo digital.

Segmentos como saúde e itens naturais cresceram 11% nas compras online, utensílios domésticos registraram 33% de aumento em acessos, e o mercado de delivery saltou 59%, reforçando a diversificação de demandas.

Economicamente, o varejo emprega mais de 8,5 milhões de brasileiros, representando 26% dos empregos formais no país e mantendo papel central na recuperação pós-crise.

3. Tendências e tecnologias que transformam o varejo

O futuro do varejo passa pelo uso intensivo de soluções digitais e inteligência artificial:

  • Inteligência Artificial (IA): personalização de ofertas, chatbots avançados e otimização de estoques.
  • Omnicanalidade integrada: unificação de loja física, site, aplicativo e vendedores remotos.
  • Live shopping e social commerce: transmissões ao vivo em plataformas como TikTok e Amazon, gerando experiências interativas.
  • Privacidade e transparência: consumidores exigem clareza no uso de dados e políticas de proteção.
  • CRM e automação: apenas 21% das empresas usam CRM robusto, mas essa adoção tende a crescer em busca de eficiência.

A integração entre experiências físicas e digitais tornou-se essencial, com programas de fidelidade e uso de big data para oferecer descontos e recompensas personalizadas.

Empresas que investem em IA generativa conseguem testar campanhas em tempo real, ajustando preços e estoques conforme comportamento do consumidor.

4. Mudança no comportamento do consumidor

O perfil do comprador mudou profundamente:

  • Cautela e busca por valor: os consumidores priorizam segurança e praticidade ao comprar online.
  • Influência das redes sociais: 56% afirmam que posts e reviews impactam decisões de compra.
  • Hiperpersonalização: expectativa de atendimento feito sob medida, com base em históricos e preferências.
  • Experiências híbridas: mesmo com o crescimento digital, a loja física renasce como espaço de imersão.

As marcas investem em experiências sensoriais, como realidade aumentada e provadores virtuais, reduzindo o gap entre o ambiente físico e o digital.

O conceito de experiência seamless entre ambientes físico e digital garante processos de compra sem fricção, desde a escolha até a entrega.

5. Desafios atuais do varejo

Apesar dos avanços, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades estruturais:

  • Somente 25% dos e-commerces atingiram metas de vendas em 2024.
  • 65% não sabem quem é seu cliente ideal, gerando esforços mal direcionados.
  • 78% não integram marketing e vendas de forma eficiente.
  • 35% dos leads são pouco qualificados, devido à coleta de dados fragmentada.

As companhias precisam adaptação ágil testando formatos canais experiências — realizando pilotos constantes, aprendendo com métricas e ajustando estratégias.

A capacitação de equipes e a contratação de especialistas em dados são pontos críticos para viabilizar uma operação digital robusta.

6. O futuro do varejo além de 2025

O cenário para os próximos anos prevê um varejo híbrido, onde a loja física se consolida como ponto de relacionamento e não apenas de venda.

O renascimento das lojas físicas como centros de experiência se dará por meio de tecnologia imersiva, eventos exclusivos e serviços personalizados no local.

Investimentos em inovação, integração de dados, fidelização e transparência será ponto crítico para fidelizar clientes em um ambiente cada vez mais competitivo e dinâmico.

Empresas que equilibrarem escala digital e conexão humana sairão na frente, criando relações de longo prazo e elevando a experiência de compra a um novo patamar.

O varejo pós-pandemia não é apenas sobre tecnologia, mas sobre a capacidade de entender e se antecipar às necessidades de um consumidor em constante transformação.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro