O e-commerce brasileiro vive um momento de transformação acelerada, impulsionado por novas demandas dos consumidores e pelo avanço tecnológico. À medida que as compras online se tornam parte integrante do cotidiano, o setor logístico se reposiciona para atender a volumes e expectativas cada vez maiores. Neste contexto, empresas, investidores e startups colaboram para criar uma cadeia de distribuição mais eficiente, conectando centros urbanos e regiões remotas em um movimento de modernização sem precedentes.
Os números recentes ilustram o potencial desse mercado. Em 2024, o setor alcançou um faturamento de R$ 204,3 bilhões, com um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior. Para 2025, a projeção é de crescimento de 16% em 2025, atingindo um faturamento estimado de R$ 240 bilhões.
O aumento de 18% no número de consumidores digitais em 2024 reflete não só a maior penetração da internet nas classes C e D, mas também o acesso ampliado a crédito e o uso crescente de dispositivos móveis. Vale destacar que mais de 70% das vendas online ocorrem via marketplaces, consolidando plataformas que conectam varejistas de todos os portes a compradores de todo o país.
Para suportar esse crescimento, a oferta de galpões logísticos mais que dobrou em cinco anos. Antes da pandemia, eram disponibilizados 1 milhão de m² por ano; em 2025, a previsão é adicionar expansão de 2,9 milhões de m², somando aos 34,4 milhões de m² já existentes em empreendimentos de alto padrão.
Esse movimento reflete não apenas a busca por maior capacidade, mas também por localização estratégica, reduzindo prazos de entrega e custos de transporte para clientes em todo o Brasil.
O crescimento do consumo digital em áreas antes menos atendidas exigiu a redefinição do mapa logístico nacional. Investidores direcionam recursos para ampliar a cobertura, integrando cidades menores e regiões remotas. O objetivo é atingir 100% dos CEPs do país, permitindo que pequenos sellers locais acessem o e-commerce com qualidade.
Superar essas barreiras é fundamental para tornar o e-commerce verdadeiramente inclusivo e gerar oportunidades econômicas em áreas antes isoladas.
O setor logístico adota soluções que vão muito além de armazéns maiores. A triagem automatizada e drones ganham espaço nos centros de distribuição, acelerando o processamento de pedidos e reduzindo erros. Além disso, lockers inteligentes oferecem flexibilidade de retirada em pontos estratégicos.
Essas tecnologias possibilitam a integração logística totalmente omnichannel, alinhando estoques físicos e virtuais para melhorar a experiência do consumidor e otimizar custos operacionais.
Grandes players do e-commerce intensificam seus investimentos em logística. Empresas como Mercado Livre e Shopee expandem centros de distribuição, visando maior capilaridade. Recentemente, o BTG Asset anunciou um fundo de R$ 1 bilhão para a construção de um novo galpão em Cajamar (SP), reforçando a confiança do mercado no setor logístico.
O mercado de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) de logística permanece aquecido, apesar dos desafios macroeconômicos, como juros elevados e inflação global. Investidores buscam imóveis bem localizados e de alto padrão para garantir retornos consistentes.
Apesar das oportunidades, o setor enfrenta riscos relevantes. A pressão por entregas cada vez mais rápidas, combinada a custos crescentes de construção e transporte, exige soluções criativas para manter a eficiência.
Variáveis macroeconômicas, como reforma tributária e dinâmica global de commodities, podem impactar o ritmo de expansão. No entanto, a expectativa é de que o setor mantenha crescimento saudável, ainda que em ritmo moderado, focado em atender às novas exigências dos consumidores.
Com uma narrativa que une dados concretos e tendências de mercado, o panorama logístico se mostra em plena evolução. A modernização da infraestrutura, aliada à inovação tecnológica e ao comprometimento de investidores, cria um ecossistema robusto e resiliente.
Para empresas e profissionais do setor, este é o momento de aproveitar as oportunidades, investir em parcerias estratégicas e adotar soluções que equilibrem agilidade e custo. Dessa forma, a expansão das operações logísticas se traduzirá em crescimento sustentável e em uma experiência de compra cada vez mais satisfatória para o consumidor brasileiro.
Referências