O ecossistema brasileiro de healthtechs vive uma fase histórica. Impulsionadas pela inovação e pela necessidade de modernizar o sistema de saúde, as startups do setor têm atraído aportes sem precedentes. Este artigo apresenta um panorama completo dos recordes de investimento, das principais iniciativas públicas e privadas, das tendências tecnológicas e das perspectivas para o futuro.
Em 2024, o setor de startups de saúde no Brasil movimentou R$ 799 milhões em investimentos em 2024. Esse volume representou um aumento expressivo de 38% no número de empresas contempladas em comparação ao ano anterior. Atualmente, o país abriga 602 empresas dedicadas à inovação em saúde, concentrando cerca de 64,8% desse mercado na América Latina.
O desempenho financeiro das healthtechs não para por aí: a Associação Brasileira de Startups registrou um crescimento de 28% em receita em 2024, especialmente nos segmentos de telemedicina e dispositivos wearables. No cenário global, o primeiro trimestre de 2025 registrou captação de US$ 15 bilhões em healthtechs, um salto de 35% frente a igual período do ano anterior, segundo a CB Insights.
O otimismo dos investidores reflete a confiança nas soluções digitais que melhoram processos administrativos e ampliam o acesso ao atendimento. Entre as startups que se destacaram recentemente, podemos citar:
Essas rodadas não apenas demonstram a solidez dos modelos de negócio, mas também indicam tendências de consolidação. A expectativa é que o setor movimente quase R$ 1 bilhão em 2025, superando todos os recordes anteriores.
O fomento às startups de saúde não se restringe ao capital privado. Em uma parceria inédita, o BNDES, a Finep e a Fundação Butantan criaram um fundo de investimento que destina pelo menos R$ 200 milhões a iniciativas inovadoras. O objetivo central é fortalecer a cadeia de suprimentos do SUS e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
O fundo é voltado a micro, pequenas e médias empresas, e promove melhores práticas de gestão e governança. Essa iniciativa representa um passo fundamental para democratizar o acesso a capital de risco e fomentar o fortalecimento do ecossistema de inovação.
As healthtechs brasileiras combinam tecnologia de ponta com humanização no atendimento. Esse casamento tem gerado resultados concretos na vida de milhões de pacientes e na redução de custos para empresas e governos.
Exemplos de impacto prático incluem o Gympass, que após aquisição da TNH Health foi avaliado em US$ 2,2 bilhões. Seus assistentes virtuais monitoram 4 mil pacientes simultaneamente e reduziram em 18% o absenteísmo corporativo.
A Sami, por sua vez, já atendeu 3,7 milhões de brasileiros em modelos de saúde preventiva, gerando uma economia estimada de US$ 230 milhões em custos evitáveis. Esses números demonstram o impacto econômico e social que as inovações podem alcançar.
As projeções indicam que o mercado brasileiro de healthtechs deve ultrapassar R$ 1 bilhão em investimentos em 2025. Globalmente, o setor está projetado para alcançar US$ 600 bilhões até 2030, colocando o Brasil como um dos players mais promissores nas Américas.
O polo de São Paulo, que concentra 49% das startups de saúde no país, tende a se fortalecer ainda mais, atraindo talentos, centros de pesquisa e novos investidores. Em paralelo, hubs em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina ganham relevância, diversificando o ecossistema.
Para fundadores de healthtechs, vale adotar algumas práticas essenciais:
Já os investidores devem priorizar empresas com:
Modelos escaláveis e provas de conceito em ambientes regulados, equipes multidisciplinares, e estratégias claras de go-to-market. Avaliar nuances regionais e potenciais de expansão internacional pode garantir retornos mais robustos.
O momento é de energia e oportunidades. Com apoio público e privado se intensificando, a próxima década promete transformar não apenas o mercado, mas a qualidade de vida de milhões de brasileiros. As startups de saúde estão prontas para escrever os próximos capítulos de uma revolução que une tecnologia, empatia e saúde.
Referências